Monday, November 19, 2007

DIZOJI

DIZOJI

Lixaram, violaram e pilharam a riqueza do povo! Condenaram à miséria, à ignorância, à prostituição e ao desespero toda a camada mais desfavorecida da população em São Tomé e Príncipe. Endividaram toda uma Nação a uma dívida da qual o povo desconhece e cujo propósito não orientava resolver os problemas inerentes à realidade do quotidiano da população. Essa dívida que faz enloquecer qualquer são-tomense que não seja demente, que actualmente pertence a toda a Nação, deveria ser imputada apenas aos governantes que reinaram no momento em que as mesmas foram contraídas, usufruindo dos louros de centenas de milhares de dólares. Foram eles que desviaram todo o capital que tem resultado nessa dívida em juros altíssimos, sem qualquer benefício para o povo. Infelizmente, o país está endividado até aos cornos!

A desordem nacional tem estado a reinar no palco da vida socio-política são-tomense e a minar o destino do nosso maravilhoso país. O país está mergulhado num abismo sem precedentes. O governo que foi "democraticamente" eleito está de mãos e pés atados. Ninguém sabe convenientemente qual o seu papel na sociedade. Muitos dirigentes passam a vida a fumar "maconha" e a beber "bagaço", até nem saber com quem acabaram por dormir e deixar a gorjeta de centenas de dólares pertencentes aos cofres do Estado. São Tomé e Príncipe têm um chefe de Estado que, sem ter qualquer ligação cultural, fraternal e harmoniosa com o povo nem com a terra mãe, São Tomé e Príncipe, apenas pensa como "empresário" e sabe repartir quantias avultadas aos seus compadres para que esses convençam aos pobres coitados a depositarem o seu voto em quem os chulou. Vendem pedaços de território nacional aos seus "amigos" estrangeiros, ignorando as leis do Estado e violando sistematicamente os direitos humanos. Esses chulos endiabrados acabam, por fim, por assumir cargos de elevado grau de responsabilidade e não se encarregam em procurar mecanismos legais, transparentes e viáveis para solucionar os problemas da nossa sociedade. Dezenas, senão centenas desses chulos que usam o povo para atingirem os seus objectivos pessoais, esbanjam milhares de dólares em compras e viagens sem que essas tenham qualquer contributo para os elementos da comunidade são-tomense.

Ultimamente, os recentes acontecimentos que assolaram a vida social são-tomense, com danos à integridade física de cidadãos eleitores, atentado contra a segurança civil e, lamentavelmente, causando uma perda de vida humana em consequência das suas atitudes irreflectidas. Bastava ver o comportamento dos elementos da PIR. O descontentamento desses filhos da terra, a sua tentativa suicida, no momento de desespero, ao procurar recuperar os subsídios a que têm direito, para minimizar o sustento das suas pobres famílias, que o governo lhes deve há longos meses, colocou-os numa posição pouco delicada e constrangedora. Actualmente, são vistos como uma ameaça para a sociedade. São acusados pelos irresponsáveis públicos de tentativa de golpe e rebeldia contra os órgãos de soberania. Mas saibam que este episódio refere-se apenas a um grupo ínfimo de elementos da sociedade, que representa somente a ponta do iceberg e que se vê aflito para sobreviver como a maioria do povo às constantes sobrecargas financeiras que o governo nos submete.


O povo já não sabe sorrir, já não sabe cantar, já não dançar, já não conhece alegria, paz e concórdia. O povo não vive, sobrevive! As crianças, meu Deus! Já não sabem brincar nem sorrir. Querem brincar, mas não podem! Os filhos de pobres apenas querem pão, mas não têm. Elas pedem aos seus pais miseráveis e frustrados um bocado de peixe para comerem com a banana e os mesmos não lhes podem dar. O preço da fruta-pão, da banana e do peixe está alto como Deus do céu. A vida está caótica para os pequenos. Enquanto isso, os que pertencem a classe da elite ostentam bens de luxo, carros importados top de gama, constroem vivendas que são autênticos mausoléus, iludem todas as meninas carenciadas e vulneráveis que encontram para se divertirem e viciarem com liambas, e drogas diversas que compram aos seus comparsas que traficam pelas nossas fronteiras fora. Sem qualquer tipo de escrúpulos, após o saque feroz que efectuam aos cofres e contas de gestão de orçamento do Estado, esses "tangas" estendem as suas malditas mãos aos europeus e países do "primeiro mundo", para que possam enganar aos ingénuos membros da sociedade civil, demonstrando que estão a fazer algo para o bem da Nação. Ao invés de, aquando de empréstimos com altos juros que são concedidos em nome da cooperação com outros povos, para que se desenvolvam projectos ao nível nacional em prol do desenvolvimento sustentável, efectivamente serem empregues nos ditos projectos, são colocados em contas particulares no exterior para gozarem férias, adquirirem bens materiais no estrangeiro para a sua família, que muitas vezes residem todas na diáspora, enquanto o povo se lixa.


O apelo que faço aos meus concidadãos é que, todos aqueles que tenham a sua vida na corda bamba, não se deixem vender por uns trocos durante escassos dias, para passarem cinco duros anos a sofrer que nem o diabo. Se optarem por escolher um grupo de pessoas que estejam realmente preocupados com a situação da maioria da população do nosso país, e não por aqueles que na hora da cobrança do direito civil, estarão a contribuir para a vossa felicidade, melhor condição de saúde, educação e emprego para os jovens. O bem sempre parece estar diante dos nossos olhos, assim como diabo que nos tenciona fazer mal se esconde por detrás de um sorriso maroto, abraços, apertos de mãos e frases feitas que iludem até as mais desapaixonadas das almas. Há que tomar consciência do descalabro total que tem sido a governação do Sr. Fradique, do elenco que compõe os mais variados órgãos de soberania do nosso país e a companhia que gere o património nacional. Esses tangas têm que abandonar o poder que agarram com armas de ferro e fogo. Devem ser enxotados imediatamente da arena política são-tomense, senão o final dos nossos dias estará bem próximo. Não queiramos sucumbir aos caprichos de uma minoria demente que de uma forma insana, mesquinha e indecente nos condena a uma morte psicológica, espiritual, física e intelectual. Sejamos fortes, sejamos uma união de um povo que reclama o seu direito à vida. Em nome de uma democracia que nos foi introduzida, e pelos princípios que regem esse sistema político, vamos lutar contra o mal que nos aflige. Não nos calemos perante a voz da anti-razão, apelo as almas mais feridas pelo sistema malogrado, que o povo está a morrer nas mãos desses malfeitores. Não há mais desculpas. O povo está a sofrer e o mundo já é capaz de ouvir o grito de socorro, por entre as palavras tremidas dos nossos jovens frustrados e famintos.

A uma população violada injustamente de forma sistemática não se pode mais calar! Pelo menos a mim ninguém me cala! Falarei aos quatro ventos para que todos me possam ouvir; falarei de uma forma nua e crua a verdade, sem medo de qualquer ser humano, nem que seja a última coisa que tenha que fazer antes de partir dessa para melhor. A justiça injusta que é cega para os pobres deverá ser revista e substituída por indivíduos sérios e profissionais de qualidade e não, como se encontra constituída, por compadres e comadres que trocam favores por debaixo dos lençóis.


A morte recente da agente da PIR, a morte de doentes no Hospital Dr. Ayres Menezes; a morte de crianças e idosos subnutridos, que vivem com menos que 1 dólar por dia, por falta de géneros alimentícios de primeira necessidade; as carências e humilhações sofridas por imigrantes são-tomenses na diáspora; a miséria por que passam centenas de estudantes são-tomenses no exterior, particularmente, os filhos de pais sem qualquer representação na classe política ou governamental; o elevado custo de vida de milhares de cidadãos que quase nem um emprego decente têm; a fome e a pobreza que se fazem sentir em todas as vilas e interior das ilhas; a frustração de centenas e milhares de jovens sem formação que vivem sem rumo, sem conhecerem a sua verdadeira identidade; a situação de degradação socio-cultural vivida em todo o arquipélago de São Tomé e Príncipe; e todos os males que afectam a maioria da população são-tomense são atribuídos a todos governantes, ex-governantes e responsáveis pela gestão da coisa pública no nosso país, sem excepção. São e foram eles chefes de Estado, ministros, directores, altos responsáveis do Estado, etc., os causadores de todo esse caos humanitário; são e foram eles os maiores culpados dos levantamentos de grupos armados e da revolta que se vive no seio da população. Têm as suas mãos indecentes cheias de sangue do povo. Pode-se afirmar categoricamente que esses infiéis são uma encarnação do mal! Senão vejamos, com alguma atenção, pode-se reparar nos os rostos aberrantes dos representantes da nossa Nação em fotos de família ou nos ecrãs das televisões de todo o mundo, quando tentam limpar a sua imagem. Porque a imagem do país, essa eles jamais a poderão dar qualquer respeito, dado que não têm!

Para esses ditos dirigentes, deixo um apelo em respeito aos meus concidadãos: "por favor, tenham piedade do povo sofredor! O povo está a sofrer desde a instauração da primeira república e a sua situação se vem degradando de forma acelerada desde a queda do bloco de leste". Lembrem-se de que o mal não vem de há quinze anos atrás...!

Bem-hajam!

Filho de São Tomé e Príncipe,
Jykiti Wakongo