Tuesday, December 18, 2007

IDF – Uma Instituição Fantoche

IDF – Uma Instituição Fantoche

IDF – Instituto Diocesano de Formação, instituto que tem como principal objectivo proporcionar um ensino de qualidade e apoiar a docência do 12º ano até que estejam criadas as condições para tal a nível do sistema de ensino público. Muito bem! Mas quem tem acesso a esse ensino privado? Pelos vistos, não presta serviço ao cidadão comum! O nível do 12º ano deveria ser leccionado primeiramente num sistema público, integrado no sistema de ensino do ministério de educação, com acesso livre e ilimitado a todos os filhos da terra, só depois se permitiria uma licença para um sistema de ensino privado. Afinal, para que serve uma escola com um nível não público, um sistema adequado a alguns interesses particulares, claramente “racista”, onde muitos docentes têm características de personalidade duvidosas, contratados pela mão de favores de compadres, prevalecendo interesses individuais de cada um e não de um todo que é o povo.

O IDF, no meu ponto de vista, é uma escola fantoche. Pelo nome, até parece que pretendem formar cidadãos em várias áreas de ensino e simultaneamente pregar a doutrina católica. No entanto, esta apenas serve os caprichos dos dirigentes e seus descendentes, transgredindo os direitos essenciais de não discriminação num sistema como o nosso, particularmente, no domínio do ensino pré-universitário no país. Com base na constituição, direito do cidadão no sistema democrático, e outros factores de justiça social, nunca deveria ter sido inaugurada ou fundada com as características que objectivam a instituição. Ora, se repararem com alguma atenção, notarão quais são os alunos que frequentam aquela escola. Se não forem filhos de papás e mamãs, serão de cooperantes portugueses que vão lá passear e cooperar, levando os seus filhos que são estúpidos na Europa, mas obtêm as melhores notas e médias fabulosas no IDF e no Liceu Nacional, fruto de ignorância e estupidez latente nas cabeças dos docentes de quinta categoria. Nem os docentes oriundos da Europa nem os nacionais são todos, uma corja de “pilantras” tais como os que lá põem os seus filhos.



A instituição foi criada com base no protocolo de cooperação existente entre o governo da república portuguesa e o do nosso país. Com o intuito de privilegiar os alunos que provinham de Portugal, filhos de cooperantes portugueses residentes, aproveitando a boleia, os filhos de alguns nacionais e amigos da igreja, no nome do D. Abílio Ribas, foram completando o ciclo do ensino secundário, o que ao fim ao cabo acaba por colocar uns em posição favorável aquando das candidaturas para bolsas de estudos no ministério de educação. A propósito, o apoio financeiro ao funcionamento do IDF provem de Portugal, deste modo, com a história ligada à religião imposta pelo poder colonial, sobejamente aceite pela maioria da população são-tomense, tem-se criado um tabu para se reivindicar a ilegalidade institucional que opera há vários anos no país. Não se sabe ainda por que carga de água os estudantes não criticam a existência desse estabelecimento de ensino. Devem achar normal que certos colegas seus frequentem aquele espaço de ensino porque merecem e são abençoados pela fé dos deuses. Se num sistema democrático não se verificam transparências desde o sector de ensino, que sustém a base da educação para a formação do indivíduo e a sua valorização intelectual na comunidade em que se encontra inserido, significa que este não deve estar a cumprir na sua plenitude o que pressupõe e tudo o que se perspectiva como projecto ou estratégia do governo não passa de uma fraude. Pessoalmente, não reconheço qualquer legitimidade naquela instituição que se diz de ensino. Deve ser escola para ilustres, mas não é mais do que um embuste contra o povo de São Tomé e Príncipe.

Jykiti Wakongo

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